VÍDEO: Ato por anistia de Bolsonaro na Paulista não enche 2 quarteirões

Atualizado em 6 de abril de 2025 às 19:46
Poucos bolsonaristas ocuparam a Avenida Paulista neste domingo (6). Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou para este domingo (6) uma “grande manifestação” na Avenida Paulista, em São Paulo, reunindo sete governadores aliados e apoiadores para pressionar pela anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

No entanto, a esperança de reunir 1 milhão de seguidores ou, como disse o pastor Silas Malafaia, de fazer o maior ato desde a mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), parece ter ficado longe da realidade. De acordo com medição do Monitor do Debate Político do Cebrap e da Universidade de São Paulo junto com a ONG More in Common, compareceram ao protesto 44,9 mil pessoas. A contagem foi feita no pico da manifestação, às 15h44, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.

Imagens aéreas da CNN Brasil mostram que, por volta das 13h30, meia hora antes do início oficial dos discursos, os bolsonaristas mal preenchiam o espaço de um quarteirão na Avenida Paulista. Depois, quando os discursos finalmente começaram, a coisa encheu um pouco mais. Outro vídeo, do uol, no auge da manifestação, mostra que os bolsonaristas chegaram a ocupar cerca de dois quarteirões mais ou menos cheios de manifestantes de verde e amarelo.

O evento, que começou às 14h com o hino nacional, teve como símbolo um batom em referência ao caso da cabeleireira Débora Rodrigues, condenada por cinco crimes relacionado à tentativa de golpe de Estado e flagrada pichando uma estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante os ataques.

O símbolo do batom, destacado por Michelle Bolsonaro em vídeo de convocação para o ato, foi amplamente utilizado pelos manifestantes. “Essa é a arma pela qual Débora pode pegar 14 anos de prisão”, diziam os apoiadores, referindo-se à cabeleireira que usou batom para escrever “Perdeu, mané” em uma estátua do STF.

Entre as principais autoridades presentes estavam os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR), Wilson Lima (AM), Ronaldo Caiado (GO) e Mauro Mendes (MT), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Após o hino, o ato foi aberto com uma oração da deputada Priscila Costa (PL-CE), seguida por discursos de parlamentares aliados.

“Os ministros do STF são ditadores de toga”, afirmou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em um dos momentos mais contundentes do evento. Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) defendeu o projeto de lei que concede anistia aos condenados, atualmente parado na Câmara dos Deputados.

A manifestação ocorre em um contexto delicado para Bolsonaro, recentemente tornado réu pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Pesquisa Quaest divulgada no mesmo dia mostra que 56% dos brasileiros são contra a anistia, enquanto apenas 34% apoiam a medida. O levantamento também revela que 49% acreditam que Bolsonaro participou do planejamento dos ataques.

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