
O candidato Guilherme Boulos (PSOL), que disputa a prefeitura de São Paulo, foi entrevistado ao vivo no SP2 da TV Globo nesta terça-feira (15). Durante a sabatina, conduzida pelo jornalista José Roberto Burnier, ele se dirigiu aos profissionais autônomos, um grupo que, no primeiro turno, se identificaram mais com Pablo Marçal (PRTB).
Com 15 minutos de duração, a entrevista abordou as estratégias de Boulos para conquistar eleitores que se sentem esquecidos. Ele reconheceu a necessidade de se conectar com os “trabalhadores das periferias”, afirmando que o PSOL não tem se comunicado de forma eficaz com esses grupos, que muitas vezes não são os mais pobres, mas sim aqueles que trabalham duro para prosperar.
“Eu acho que essas pessoas sabem do nosso compromisso com eles, mas tem trabalhadores e talvez muitos estejam nos assistindo, que construíram sua vida e seguiram seu caminho para prosperar do seu jeito, trabalhando por conta própria. Por exemplo, o motorista de Uber, por exemplo, o motoboy, por exemplo, a mulher que abriu um salão de beleza na periferia e muitas vezes, nós deixamos de falar com essas pessoas”, enfatizou.
Entre suas propostas, Boulos destacou a oferta de crédito para mulheres empreendedoras, isenção de rodízio para motoristas de aplicativo e a criação de bases de descanso para entregadores de comida.
Ao ser questionado sobre a prioridade de atendimento entre os moradores de rua e os sem-teto, o candidato deixou claro que sua prioridade são aqueles que vivem nas ruas, afirmando que “é uma questão de humanidade” não aceitar que pessoas vulneráveis vivam em condições precárias na cidade mais rica do Brasil.
Ele também comentou sobre sua relação com o presidente Lula (PT), afirmando que mais importante do que o apoio do ex-presidente é poder contar com recursos federais durante seu mandato, caso vença as eleições. Ele citou o compromisso de Lula em ajudar na implementação do Poupatempo da Saúde, uma de suas principais propostas.
Em relação à Enel, a empresa de energia elétrica, Boulos não hesitou em criticar a gestão atual, afirmando que a responsabilidade pela renovação de contrato não é do presidente, mas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Se a Enel fizesse a lição de casa, poderia até merecer a renovação da concessão. A Enel é uma empresa horrível”, disparou.
Sobre os recentes apagões em São Paulo, Boulos responsabilizou a gestão de Ricardo Nunes pelas consequências e anunciou que está tomando medidas legais para que a Enel indenize os afetados.
Na conclusão da entrevista, Boulos fez um apelo aos eleitores que votaram por mudança no primeiro turno, afirmando que ele se preparou para o desafio e que seu time inclui figuras reconhecidas como Marta Suplicy. Ele enfatizou que a escolha no segundo turno é clara: quem deseja manter o status quo deve votar em seu adversário.
Na próxima quarta-feira (16), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, será sabatinado no SP2. No primeiro turno, Nunes recebeu 29,48% dos votos válidos, enquanto Boulos ficou com 29,07%, uma diferença de apenas 25 mil votos. De acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada em 10 de outubro, Nunes tem 55% das intenções de voto, enquanto Boulos aparece com 33%.
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