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Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) pedir, nesta quinta-feira (9), a diminuição do lucro sobre cestas básicas por parte dos empresários, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) disse que propôs ao governo federal a isenção de impostos dos produtos da cesta básica e a desoneração da folha de pagamentos.
A entidade que representa mais de 50 varejistas no país diz que irá a repassar ao consumidor qualquer redução que houver na cadeia produtiva.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o coordenador de Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, André Braz, considera o pedido do presidente absurdo e incompatível:
“Todo supermercado vive pelas leis de mercado, da oferta e da procura. Ele é um revendedor, praticamente não fabrica nada. Se compra uma mercadoria mais cara, por culpa de outros fatores que não têm a ver com o lucro dele, ele também não pode vender mais barato do que ele compra”, diz Braz.
“O supermercado também é responsável pela geração de empregos e renda. E um negócios desses não funciona comprando caro e vendendo barato”, completa.
Ainda segundo a reportagem, para o economista Leandro Rosadas, dono de dez mercados em cinco estados, a solução é ter algum tipo de incentivo às indústrias e ao agronegócio, para que na cadeia produtiva o produto chegue mais barato as prateleiras dos supermercados.
“Os supermercados hoje não estão repassando todos os aumentos que estão vindo da indústria. Só para ter uma noção, em alguns lugares do país o leite já está chegando a R$ 5,30. Como que o supermercado vai conseguir vender a quatro e pouco? É impossível. O supermercado vai vender a R$ 5,99 e, mesmo assim, com uma margem infinitamente baixa”, afirma Rosadas.