
O musical “Rita Lee – Uma Autobiografia Musical”, em cartaz no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, é um sucesso estrondoso, com casa lotada até o final desta temporada, que acabaria no final de junho. No entanto, devido à grande procura do público, foi estendida até setembro na capital paulista.
A “Santa Rita de Sampa”, como é lembrada por muitos fãs, falecida em maio de 2023, ainda lota teatros e comove plateias, deixando “muita gente feliz” e saudosa, entre sorrisos e lágrimas. Um exemplo disso é Lee Marcucci, parceiro musical e ex-baixista, que assistiu ao musical e declarou: “Tem muita coisa da Rita que não deu para colocar na peça; teria de ter cinco horas para isso… rsrs”.
Marcucci esteve com Rita desde 1973, quando formaram o Tutti-Frutti, banda que, sob o comando da cantora, rendeu faixas fundamentais do pop brasileiro, como “Agora Só Falta Você”, “Ovelha Negra”, “Esse Tal de Roque Enrow” e a icônica “Babilônia”, cuja parceria é com o lendário baixista. Marcucci reviveu lembranças: “Fomos tocar em Maringá (PR) e, à noite, no hotel, liguei para o quarto da Rita. Ela atendeu, eu disse que tinha uma ideia e ela me pediu para subir. Peguei meu violão, mostrei um pedaço da música e melodia, e ela já gostou, começou a fazer a letra… foi demais essa história! À tarde, já estávamos tocando na passagem de som, não a música inteira, mas uma parte. Foi muito legal. E tem outra: quando estávamos gravando no Rio o disco ‘Babilônia’, já eram quatro da manhã, eu estava descansando no estúdio quando alguém bateu no meu ombro… era o Rod Stewart! Ezequiel Neves o tinha levado para encontrar a Rita e escutar o som. Rita era muito disciplinada, ia aos ensaios direitinho”, emendou. “A banda que mais curti, que tem a raiz da coisa mesmo, foi a primeira formação do Tutti-Frutti, que gravou o LP ‘Atrás do Porto Tem uma Cidade’. Essa foi bem marcante; tocar e ser músico era um sonho de criança, e tive a sorte de encontrar Rita na minha vida. Aprendi muito com ela. Eu tinha 16 anos e ela 22. Foi maravilhosa a convivência; aprendi muito com ela e Roberto de Carvalho. Vou ser eterno amigo e parceiro da Rita! Rita e Roberto, amo muito eles!”, declarou Lee Marcucci.

Mel Lisboa assume pela segunda vez o personagem Rita Lee com propriedade e competência, não decepcionando, encantando a plateia até tocando violão. A atriz está dedicada e entregue à causa roqueira, incorporando nos palcos a musa de sua adolescência. A montagem tem roteiro e pesquisa do jornalista e amigo pessoal da cantora, Guilherme Samora, inspirada no livro “Rita Lee – Uma Autobiografia”, em que foi parceiro de Rita na escrita. No livro, a cantora fala abertamente de sua vida pessoal e profissional. A ideia do novo musical surgiu quando Mel Lisboa gravou a versão em audiolivro, como Rita, em 2022.
“A vida de Rita precisa ser contada e recontada. Sua existência transformou toda uma geração e continua a conquistar fãs cada vez mais jovens. Rita não é ‘somente’ a roqueira maior. Ela compôs, cantou e popularizou o sexo do ponto de vista feminino em uma época em que isso era inimaginável. Aliás, ela ousou dizer o que queria e se tornou a artista mais censurada pela ditadura militar. Na época, foi presa grávida. Deu a volta por cima e conquistou uma legião de ‘ovelhas negras’. Tornou-se a mulher que mais vendeu discos no país e a grande poetisa da MPB”, conta Mel Lisboa.
Amparada por um elenco muito bem dirigido por Marcio Macena e Débora Dubois, com direção musical de Marco França e Marcio Guimarães, esses talentosos atores-cantores arrepiam nas interpretações de Lee e Roberto de Carvalho (Bruno Fraga), além de encarnarem Ney Matogrosso (Fabiano Augusto), Hebe Camargo (Débora Reis), Gal Costa (Yael Picarovich), Gilberto Gil (Roquildes Junior), Elis Regina (Flavia Strongolli) e Raul Seixas (Gustavo Razé). Carol Pontes (Vivi – irmã) e Arnaldo Batista (Antonio Vanfill) também se destacam na trajetória brilhante de encontros e desencontros, acertos e erros da estrela Lee.
O musical é baseado no primeiro livro autobiográfico de Rita, lançado em outubro de 2016. Ele aborda sua infância, os primeiros passos na vida artística, sua prisão em 1976, o encontro de almas com Roberto de Carvalho, o nascimento dos filhos, as músicas e discos clássicos, os tropeços e as glórias. O espetáculo atual é uma versão atualizada de “Rita Lee Mora ao Lado”, livro de Henrique Bartsch lançado em 2006, encenado de 2014 a 2016 com audiência expressiva e aprovação do ícone feminino do rock brasileiro, e a performance de Mel Lisboa.
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