O público, o privado e FHC

Atualizado em 30 de janeiro de 2013 às 23:52

É bem mais fácil apontar erros nos outros do que ver ver os nossos próprios.

FHC

Acabo de ler uma mensagem de um leitor que merece as luzes do holofote, porque faz pensar. O autor dela se chama Manuel Henrique.

O texto é auto-explicativo, e demonstra apenas que o PT pode ser culpado de muitas coisas, a maior das quais é ter frustrado as expectativas de muita gente que acreditava que o partido tinha um código de ética puro como São Francisco de Assis.

Mas não dá para acusá-lo de ter inventado a nomeação de amigos e fazer o que FHC definiu, hoje, como uma “mistura entre o público e o privado”.

Ao texto de Manuel:

Hoje, os jornais destacaram a fala de FHC em um seminário, em que criticou subrepticiamente Lula por misturar o público e o privado. Seria cômico, se não … Mesmo nos comentários anti-FHC poucos lembraram do quanto ele misturou o público e o privado. FHC sabe bem do que fala. Afinal, como presidente da República, nomeou o então genro David Zylbersztajn como diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (sem nem passar pela sabatina do Congresso) e para o Conselho Administrativo do Banco do Brasil. Também garantiu emprego para o filho Paulo Henrique no comissariado-geral responsável pelo pavilhão do Brasil na Expo 2000, na Alemanha. O comissariado, criado por decreto presidencial, geriu projeto orçado em R$ 14 milhões, mas realizado por 18 milhões, com recursos públicos. Para montar o estande foi contratada (sem licitação), por R$ 13,7 milhões, a Artplan Prime, uma agência de publicidade (!) dirigida por Fernanda Bornhausen Sá e Ricardo Dalcane Bornhausen, filha e sobrinho do então senador Jorge Bornhausen, na época presidente do então PFL (aliado do governo e hoje renomeado DEM). E olha que nem falei na “boquinhas” que Fernando Henrique conseguiu para o mesmo filho nas ex-estatais Companhia Siderúrgica Nacional na Light. Tudo isso enquanto ocupava a Presidência da República. Temos que reavivar essas memórias.

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