
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da Lava Jato de Curitiba, uma das novas celebridades da aberração que virou o Brasil, fez uma “revelação” bombástica em palestra (mais uma) no Fórum de Compliance da Amcham, na sede da entidade, em São Paulo.
O seminário tratava da “construção da cultura de integridade e anticorrupção no setor público e privado brasileiro”.
Segundo Lima, a força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba foi convidada por Temer “a comparecer no Palácio do Jaburu à noite” às vésperas da votação do impeachment.
O emissário foi o deputado Rodrigo Rocha Loures, do PMDB, o homem da mala de Michel.
“Tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público”, disse.
“Só houve um convite e nós recusamos. Nós entendíamos que não tínhamos nada que falar com o eventual presidente do Brasil naquele momento”.
O valente Carlos Fernando dava, ali, uma estocada em sua chefe Raquel Dodge, que foi tomar um café com Michel na calada da noite.
Mas a pergunta que ninguém fez ao corajoso procurador e que ele precisa responder é a seguinte: por que só agora?
Supondo que seja verdadeira, por que não contou essa história no mesmo dia ou no dia seguinte?
O super herói da luta contra a corrupção levou UM ANO para fazer sua “denúncia”.
Não era obrigação moral desses savonarolas ter reportado o fato? Ou ele sabia que a mídia amiga, empenhada na ascensão de um corrupto contumaz, não daria bola?
O juiz Moro foi convidado? Dallagnol? Não vem ao caso?
Doze meses depois de instalada a quadrilha no poder, ele se dedica no Facebook a criticar o velho Michel. “TEMER E O PMDB QUERENDO SE APROPRIAR DEFINITIVAMENTE DE NOSSO FUTURO”, escreveu, em caixa alta, entre outras bobagens de efeito.
Como ficou estabelecido no diálogo entre Romero Jucá e Sérgio Machado:
— Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]… É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional, sugere Machado.
— Com o Supremo, com tudo.
Com tudo.