Na Áustria, extrema direita pode assumir poder pela primeira vez desde a 2a Guerra

Atualizado em 29 de setembro de 2024 às 18:01
Herbert Kickl, líder do Partido da Liberdade da Áustria (FPO). Foto: Divulgação

As projeções eleitorais indicam uma possível vitória do Partido da Liberdade da Áustria (FPO) nas eleições gerais realizadas neste domingo (29). Se confirmada, esta será a primeira vez que a extrema direita governará o país desde a Segunda Guerra Mundial.

Liderado por Herbert Kickl, o FPO obteve 29,1% dos votos, de acordo com a projeção da emissora ORF. O Partido Popular Austríaco (OVP), do chanceler Karl Nehammer, ficou em segundo lugar com 26,2%, enquanto os social-democratas de centro-esquerda somaram 20,4%. A projeção foi divulgada logo após o fechamento das urnas, às 17h (horário local).

Após a divulgação das projeções, o chanceler Karl Nehammer reconheceu que seu partido não conseguiu reduzir a diferença em relação ao FPO. Kickl, ex-ministro do Interior e líder do FPO desde 2021, precisará encontrar um parceiro de coalizão para garantir a maioria no parlamento.

Chanceler Karl Nehammer. Foto: Divulgação

Ele se declarou aberto a conversas com todos os partidos, desafiando outros a reconsiderarem suas posições em relação a uma possível coalizão. Herbert Kickl é conhecido por seu discurso polarizador e por gerar controvérsias até dentro do próprio partido. Ele não apresentou indícios de que estaria disposto a se afastar para facilitar a formação do governo.

O FPO, que tem raízes que remontam a um ex-legislador nazista na década de 1950, se destaca por sua retórica anti-imigração e críticas ao islamismo. Uma das principais propostas do partido é a construção de uma “fortaleza Áustria”, que visa restringir a entrada de imigrantes e interromper a concessão de asilo.

Se o FPO consolidar sua vitória, a Áustria se juntará a outros países da União Europeia que têm visto um aumento no apoio à extrema direita, como Holanda, França e Alemanha. O OVP, apesar de também defender medidas mais rígidas em relação à imigração, já declarou que não se unirá ao governo de Kickl.

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