
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou o bloqueio da plataforma Rumble no Brasil. A decisão foi divulgada na tarde desta sexta-feira (21).
No despacho, Moraes justificou a medida alegando que a rede social desrespeitou repetidamente determinações judiciais de forma deliberada e consciente, além de tentar evitar a submissão às leis e ao Poder Judiciário brasileiros. Ele também afirmou que a plataforma criou um ambiente de “impunidade total” e um cenário de “terra sem lei” nas redes sociais do país.
“Determino a suspensão imeditada, completa e integral, do funcionamento do “Rumble INC.” em território nacional, até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos – inclusive com o pagamento das multas – sejam cumpridas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional”, diz trecho da decisão.
No dia anterior (20), Moraes já havia estabelecido um prazo de 48 horas para que a Rumble Inc. informasse quem é seu representante legal no país, com plenos poderes para nomear advogados e cumprir determinações judiciais.
Diante da decisão, a Rumble entrou com uma ação na Justiça dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes. O processo foi movido em parceria com a Trump Media & Technology Group, empresa ligada ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
As companhias acusam o ministro de censura e pedem que as determinações da Justiça brasileira para a remoção de contas de usuários da Rumble não tenham validade nos Estados Unidos.
O que é o Rumble?
O Rumble é uma plataforma de vídeos criada em 2013 como concorrente do YouTube e se tornou popular entre militantes e figuras da extrema-direita no Brasil e no exterior. Segundo o New York Times, seu início foi marcado pela circulação de vídeos virais de gatinhos.
O crescimento da companhia ganhou força após a invasão do Capitólio, em 2021. Com Trump banido de várias redes sociais, muitos de seus apoiadores migraram para o site.
De lá para cá, o Rumble firmou parceria com a Truth Social e se tornou um dos principais espaços para apoiadores de Trump. O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, é um dos maiores investidores da plataforma. Outro nome ligado ao presidente, o bilionário Peter Thiel, também investiu no site. Fundador do PayPal e primeiro investidor do Facebook, Thiel financiou as campanhas de Trump em 2016 e 2020 e influenciou a escolha de Vance como vice.

Tentativas de atrair figuras da extrema-direita
A empresa já tentou atrair outras figuras influentes da mídia. Em 2022, ofereceu US$ 100 milhões para que o apresentador Joe Rogan levasse seu podcast para a plataforma, alegando que queria garantir um espaço sem censura para debates.
A proposta surgiu após o Spotify sofrer pressão para punir Rogan por divulgar desinformação sobre a Covid e usar termos racistas em seu programa. Chris Pavlovski, CEO do Rumble, fez uma oferta para que o apresentador levasse seu programa para a rede de vídeos.
“Caro Joe, nós estamos com você, seus convidados e sua legião de fãs que querem conversas reais”, postou Chris na época.
“Que tal trazer todos os seus programas para o Rumble, tanto os antigos quanto os novos, sem censura, por US$ 100 milhões ao longo de quatro anos?”, completou.
A companhia também se envolveu em outras polêmicas, como quando se recusou a cortar a monetização do canal de Russell Brand, acusado de agressões sexuais. A plataforma justificou sua decisão afirmando que não cederia à “cultura do cancelamento”.
Vale lembrar que o site serviu de lar para o influenciador Monark, ex-apresentador do Flow Podcast, após ele ser banido do YouTube.
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