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O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro recebeu informações privilegiadas sobre a operação da Polícia Federal deflagrada na quarta-feira (22). O Ministério Público Federal apontou que houve indícios de vazamento e “possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações”.
O vazamento das informações foi encontrado em interceptações telefônicas de Milton Ribeiro com sua filha. Na ligação, realizada no dia 9 de junho, Ribeiro conta sobre uma conversa telefônica com Jair Bolsonaro (PL) e diz que o presidente achava que fariam uma busca e apreensão contra ele.
“Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios né…”, disse o ex-ministro na ligação.
O juiz federal Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, então, acatou o pedido para enviar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a decisão, o pedido para envio ao STF partiu do MPF “pois verificada a possível interferência nas investigações por parte de detentor de foro por prerrogativa de função no Supremo”.
A defesa de Ribeiro disse, em nota, que recebeu “com surpresa” a decisão de remessa dos autos. O advogado Daniel Bialski afirmou que as citações a Bolsonaro foram encontradas nos autos antes da deflagração da operação de quarta e, por isso, os atos e decisões do juiz deveriam ser nulos.
“A defesa ainda analisará tudo e o todo que foi anexado aos autos, se lhe for franqueada vista da íntegra da documentação. Todavia, se realmente esse fato se comprovar, atos e decisões tomadas são nulos por absoluta incompetência e somente reforça a avaliação de que estamos diante de ativismo judicial e, quiçá, abuso de autoridade, o que precisará também ser objeto de acurada análise”, afirmou.