Marina revoluciona a geografia com a polarização em 3 pontos: “centro, esquerda e direita”. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 17 de fevereiro de 2018 às 16:47
“Que tiro foi esse?”

Publicado no Facebook de Luis Felipe Miguel

 

A entrevista de Marina Silva na Folha de hoje comprova a máxima imortal do Barão de Itararé: de onde não se espera nada, não vem nada mesmo.

É a lengalenga de sempre sobre a “nova” política e a superação da polarização, que ela chama de “polarização de centro, esquerda, direita” – uma revolução na geografia, uma polarização em três pontos!

Em apenas dois momentos ela escorrega e deixa transparecer algo de suas posições – e seria melhor que tivessem continuado escondidas.

Cita Macron como exemplo de uma boa proposta inovadora. E defende a condenação de Lula dizendo que, no Brasil, o império da lei vigora e a democracia está realizada.

Como sempre, a conversinha da superação da polarização política, quando desvendada, mostra o que é: negação dos conflitos, acomodação com o status quo, inibição do ímpeto de transformação social.

A polarização não é um efeito de discurso, é resultado das relações de dominação vigentes.

Podemos lamentar que ela seja insuficiente ou insuficientemente esclarecida, mas querer apenas “superá-la”, sem antes superar as contradições que são sua raiz, é assumir o lado do conservadorismo.