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Em entrevista ao Flow Podcast, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) falou sobre a criação da CPI das Milícias.
O parlamentar contou a história da comissão, um marco na luta contra o crime organizado.
Ele disse que virou “motivo de chacota” em 2008, quando apresentou o pedido pela instalação da CPI.
“Ninguém quis assinar comigo. Só eu assinei”, afirmou Freixo, lembrando que muitos deputados tinham “medo” ou achavam que a investigação “não ia dar em porra nenhuma”.
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Na época em que propôs a comissão, o pessebista contou que sua família estava “estragada”. Seu pai estava doente e seu irmão havia sido assassinado pela milícia.
Segundo Freixo, o projeto ficou um ano parado, até que repórteres do jornal O Dia que investigavam milicianos foram torturados.
A partir daí, iniciou-se uma forte campanha da mídia a favor da CPI.
“E aí aquele maluco que tinha assinado a CPI das Milícias sozinho era o autor do projeto. E pelo regimento da Casa, quem propõe a CPI preside a CPI”, narrou o deputado.
Foram 7 meses de investigação, com um sistema de escutas telefônicas e recebimento de denúncias anônimas.
“O resultado final da CPI são 240 milicianos indiciados ou presos, um relatório que explica tudo quanto à milícia e muda a opinião pública sobre a milícia”, afirmou.
Veja abaixo:
Meu primeiro ato quando virei deputado foi pedir a CPI das Milícias. Minha vida mudou completamente e lá se vão mais de 10 anos sob ameaça de morte. Paguei um preço alto, mas não me arrependo de nada. Eu faria tudo de novo. Contei essa história ao Monark e ao Igor no @flowpdc. pic.twitter.com/1HDc0hjIdR
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) October 6, 2021
CPI das Milícias não foi por vingança, diz Freixo
Marcelo Freixo disse que o pedido para abertura da comissão não se deu por “vingança”.
“Não quero que matem quem matou meu irmão”, alegou. Ele justificou que o colegiado existiu para evitar que outras famílias passem pelo que a dele passou.
“Se eu quisesse fazer com esses caras o que eles fizeram com meu irmão, eu ia me igualar a eles e eu não posso me igualar a eles. A gente não pode se igualar ao que a gente tem que vencer, a gente tem que ser maior que isso. Por isso que vingança não pode mover a gente.”