A Folha finalmente reformulou, às 17h29min, a manchete furada de hoje pela manhã e admitiu que Bolsonaro pensou em golpe. Essa é a nova manchete:

“Golpe não tem Constituição, foi descartado logo de cara, diz Jair Bolsonaro”.

Se foi descartado, é porque estava na pauta. Mas esse detalhe da entrevista do sujeito à própria Folha havia sido omitido na manchete publicada pelo jornal na versão online (veja texto anterior nesse blog).

Leia o que a Folha publicou na tarde de sábado, para tentar emendar a manchete da manhã (“Prisão é o fim da minha vida, estou com 70 anos, diz Bolsonaro”), que escondia a palavra golpe. Esse é o começo do texto da Folha, publicado à tarde:

“O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu em entrevista à Folha ter tido conversas com auxiliares sobre “alternativas” após as eleições de 2022 em que saiu derrotado por Lula (PT), mas, ao ser questionado se entendia que isso se enquadraria em uma tentativa golpe, disse que “golpe não tem Constituição” e tudo que estava em discussão consta na Carta Magna.

O ex-presidente disse ainda que as hipóteses conversadas com interlocutores do governo foram descartadas “logo de cara” por uma série de elementos: “O ‘after day’, como é que fica?”, disse.

“Golpe não tem Constituição. Um golpe, a história nos mostra, você não resolve em meses. Anos”, disse, ao ser questionado se discutir com militares uma alternativa para impedir a posse do presidente Lula (PT) seria uma tentativa de golpe de Estado.

“E, para você dar um golpe, ao arrepio das leis, você tem que buscar como é que está a imprensa, quem vai ser nosso porta-voz, empresarial, núcleos religiosos, Parlamento, fora do Brasil. O ‘after day’, como é que fica? Então foi descartado logo de cara”, completou, em entrevista nesta sexta-feira (28)”.

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