No Rio, planilha com 9 mil cargos secretos leva o nome de ‘governador’ e tem cheiro de maracutaia

Uma planilha relacionada ao projeto Casa do Trabalhador, no Rio de Janeiro, que mostra o detalhamento dos recursos necessários até o fim do ano para a manutenção de 9 mil cargos secretos foi identificada com o nome ‘governador’ pela Secretaria Estadual do Rio de Janeiro. Os dados estão disponíveis no SEI (Sistema Eletrônico de Informações) e a suspeita é que tenham relação com nomeações políticas.

Quando questionada sobre o nome, a Secretaria afirmou que “vai apurar se houve um erro na confecção da planilha”.

Apesar de nas últimas semanas Cláudio Castro (PL), governador e candidato a reeleição, estar usando politicamente as inaugurações de unidades deste projeto, a pasta ainda diz que “os equipamentos públicos [unidades da Casa do Trabalhador] são entregues para benefício da população e não têm finalidade político-partidária”, como revela o Uol.

A Fundação Ceperj (Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos) é responsável pelas contratações dos profissionais, e ela não divulga o nome dos funcionários e também não há contracheque, os salários são sacados na boca do caixa, no Banco Bradesco.

Na última sexta-feira (15), uma reportagem da Rede Globo mostrou relatos de ex-funcionários do órgão que revelaram repassar parte de seus salários à cúpula da fundação. Cerca de R$ 301,4 milhões são previstos para serem utilizados até o final do ano no Casa do Trabalhador, cujas unidades atendem pessoas que precisam de apoio para a reinserção no mercado de trabalho.

Segundo o Uol, o orçamento previsto na planilha vem sendo cumprido praticamente à risca como constam diários oficiais.