Juiz absolve vereador que falou “coisa de preto” por não ver “vontade de discriminar”

O Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu o vereador Camilo Cristófaro (sem partido) de uma acusação de crime racismo, após o parlamentar usar a expressão “é coisa de preto” durante uma sessão da CPI dos Aplicativos.
O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, rejeitou a denúncia contra o parlamentar por entender que a fala poderia sim ser considerada discriminatória, mas foi dita “sem a vontade de discriminar”.
Segundo magistrado, a frase “foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação”.
“A prova dos autos não demonstra, portanto, ser límpida e firme para fins de condenação, surgindo a decisão absolutória como a mais acertada”, diz a decisão, assinada nessa quinta-feira (13).
A denuncia havia sido feita no ano passado pelo Ministério Público de São Paulo, o qual alegou que o parlamentar “depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas negras ao associá-la a comportamento reprovável, ratificando estereótipos raciais negativos e reforçando representações culturais derrogatórias ao manifestar desprezo por pessoas negras, praticando preconceito e discriminação”.