CEO que prometeu “mundo livre de fraudes” é condenado por fraude
Paul Roberts, ex-CEO da Kubient, empresa que prometia combater fraudes em anúncios digitais usando inteligência artificial, foi condenado a um ano e um dia de prisão após confessar envolvimento em um esquema de fraude contábil. A ironia do caso chocou o mercado: a mesma companhia que vendia a plataforma “KAI” como solução revolucionária contra golpes online usava relatórios falsos para enganar investidores.
A Kubient, sob o comando de Roberts, alegava que sua tecnologia de IA era até 300% mais eficaz que a concorrência na detecção de fraudes. No entanto, investigações do governo estadunidense revelaram que os números eram inventados. A empresa simulou transações com uma parceira não identificada, criando um fluxo de caixa artificial para inflar seu valor antes de abrir capital na bolsa.
Documentos do Ministério Público dos EUA mostram que, no primeiro trimestre de 2020, a Kubient declarou receitas de US$ 1,38 milhão, valor muito superior ao real. A manipulação financeira ajudou a levantar mais de US$ 33 milhões em ofertas públicas de ações. “Eles construíram uma fachada tecnológica para esconder um esquema contábil fraudulento”, afirmaram as autoridades.
Entre atores do mercado, essa tática fraudulenta é chamada de “teatro da inovação”, usada para explicar quando startups usam jargões como IA e blockchain para atrair investimentos sem entregar resultados reais.
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