Espionagem na Abin: Mourão sai em defesa de Carluxo dizendo que ele é “incompetente” e “incapaz”

Atualizado em 30 de janeiro de 2024 às 0:00
Montagem de fotos de Hamilton Mourão e Carlos Bolsonaro
Hamilton Mourão defendeu Carlos Bolsonaro com declaração polêmica – Reprodução

O senador Hamilton Mourão (Republicanos), ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), defendeu o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) em meio a uma operação da Polícia Federal. Mourão utilizou o contra-ataque para proteger Carlos, chamando-o de “incompetente” e “incapaz”.

Em uma entrevista à coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, Mourão respondeu aos questionamentos sobre um suposto plano de Carlos para criar uma “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro: “Não tenho conhecimento disso, por outro lado julgo que o Carlos não tem competência e capacidade para isso.”

As acusações, inicialmente feitas por Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, foram rejeitadas por Mourão, que questionou a capacidade de Carlos para tal empreendimento.

Bebianno, em uma entrevista anterior ao programa Roda Viva, relatou um episódio em que Carlos teria proposto a formação de uma equipe de inteligência alternativa, por desconfiar da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O ex-ministro destacou a preocupação do então ministro do GSI, general Heleno, com a proposta, alertando sobre possíveis consequências políticas graves, incluindo impeachment.

Gustavo Bebiano falando e gesticulando no Roda Viva
Gustavo Bebianno no Roda Viva – Reprodução/TV Cultura

“Um belo dia o Carlos me aparece com um nome de um delegado federal e de três agentes que seriam uma Abin paralela, porque ele não confiava na Abin. O general Heleno [então ministro do GSI, a quem a Abin é subordinada] foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas Heleno não é de confronto”, afirmou.

“A conversa acabou comigo e com o Santos Cruz [então ministro da Secretaria de Governo]. Aconselhamos ao presidente que não fizesse aquilo de maneira alguma. Muito pior que o gabinete de ódio, aquilo também seria motivo para impeachment. Depois eu saí, não sei se isso foi instalado ou não”.

A operação da Polícia Federal que teve Carlos Bolsonaro como um dos alvos investiga o uso ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro, sob a direção de Alexandre Ramagem. Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, é alvo da operação, que busca evidências de espionagem ilegal contra ministros do STF e governadores.

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