
Nesta terça-feira (1º), O governo de Donald Trump iniciou uma série de demissões em grandes agências de saúde dos Estados Unidos, incluindo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA). A medida faz parte de um corte abrangente que visa reduzir em 10 mil o número de servidores na área da saúde, conforme fontes ligadas à administração e um funcionário do setor.
Essas demissões também atingem os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e fazem parte de um plano mais amplo, idealizado por Trump e pelo bilionário Elon Musk, para reduzir o corpo de servidores em diversos departamentos e agências federais dos EUA. O objetivo, segundo o Secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., é eliminar o que considera uma burocracia excessiva.
No entanto, os cortes resultaram na saída de cientistas renomados, afetando setores estratégicos como a pesquisa sobre o câncer e a fiscalização de medicamentos. Especialistas alertam para o impacto dessas demissões na capacidade do país de responder a emergências sanitárias e regulamentar o setor de saúde com segurança.
Na FDA, as demissões resultaram na renúncia de Peter Stein, diretor do Escritório de Novos Medicamentos, e na exoneração de Brian King, chefe da divisão de Produtos de Tabaco (CTP). Um e-mail interno de King, visto pela Reuters, confirmou sua demissão.

A divisão de Produtos de Tabaco da FDA sofreu cortes significativos, incluindo a eliminação completa do Escritório de Gestão e do Escritório de Regulamentações. Mitch Zeller, ex-diretor do centro, declarou que essas mudanças podem tornar inviável a regulação de produtos de tabaco no país.
As demissões também atingiram setores fundamentais da FDA, como os responsáveis por medicamentos, alimentos, vacinas e dispositivos médicos. Muitos servidores relatam dificuldades para cumprir prazos devido à falta de pessoal. Um funcionário da agência revelou que, ao chegarem ao trabalho nesta terça-feira, vários empregados foram impedidos de entrar e receberam bilhetes informando sobre suas demissões, com instruções para recuperar seus pertences e equipamentos.
No CDC, os cortes afetaram diversas unidades, incluindo o Centro Nacional de Saúde Ambiental, a Administração de Serviços para Abuso de Substâncias e Saúde Mental, e o Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias (NCIRD). Entre os demitidos estava um profissional envolvido na resposta federal a surtos de sarampo.
A decisão de Trump gerou preocupação entre especialistas e profissionais da saúde, que veem as demissões como um risco para a segurança sanitária do país. Ainda assim, o governo defende a medida como um passo necessário para reduzir custos e otimizar a gestão federal.