Como, embalada pela xenofobia e pelo populismo, a extrema-direita está tomando conta da Europa

Atualizado em 9 de junho de 2024 às 17:03
Sede da União Europeia. Foto: Divulgação

As projeções das eleições para o Parlamento Europeu, divulgadas neste domingo (9), sinalizam uma possível mudança histórica no cenário político do continente, com um significativo avanço de partidos ultraconservadores, populistas, xenófobos e de extrema direita. Este movimento pode marcar a maior guinada à extrema-direita desde a concepção do projeto de integração europeia.

Na França, a extrema direita La France Revient obteve 32,4% dos votos, relegando o movimento Renaissance, de Emmanuel Macron, a apenas 15,2%. Este resultado representa uma dura derrota para o governo e é liderado por Jordan Bardella, de apenas 28 anos, que adotou uma abordagem menos agressiva, mas mantendo um programa ultranacionalista e anti-imigração.

Na Espanha, o Partido Popular de direita conquistou uma estreita vitória sobre o Partido Socialista, enquanto o partido VOX, herdeiro do franquismo, garantiu a terceira posição, com o dobro de assentos em comparação a 2019, indicando uma crescente influência.

Na Áustria, o ultraconservador Partido da Liberdade deve terminar em primeiro lugar, com 27% dos votos, representando um avanço significativo em relação às eleições anteriores e marcando a primeira vitória do movimento de extrema direita em nível nacional.

Na Alemanha, embora a direita conservadora esteja projetada para vencer, a extrema direita teve um avanço notável, alcançando seu melhor resultado histórico, com 16,5% dos votos, indicando uma mudança de preferências eleitorais.

Donald Trump. Foto: Divulgação

Estes resultados não apenas refletem uma insatisfação com o status quo político, mas também destacam um mal-estar em relação ao processo democrático, evidenciado pela baixa participação eleitoral em alguns países.

Se confirmadas, as projeções apontam para um Parlamento Europeu onde a direita moderada ainda lidera, mas a ascensão dos extremistas pode forçar uma reavaliação das alianças políticas e uma mudança na agenda europeia, com temas como imigração e segurança ganhando destaque.

Analistas alertam para um possível “momento Trump” na Europa, com a ressurgência da direita radical como uma força política, abalando as estruturas da União Europeia e seu papel no mundo.

Este movimento político pode representar um desafio significativo para a integração europeia e requererá uma resposta cuidadosa por parte das instituições e dos líderes europeus. A Europa, que por tanto tempo se orgulhou de ter superado os fantasmas do passado, agora enfrenta um novo desafio político que exigirá respostas rápidas e eficazes.

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