
E então a China supera o Japão como a segunda maior economia do mundo.
Nenhuma surpresa.
A China vinha andando a uma velocidade imensamente superior à do Japão. Uma hora tinha que passar e passou.
A grande pergunta contemporânea é: e quando vai ultrapassar os Estados Unidos?
Também neste caso, a diferença de velocidade é enorme. Como lembra o economista Nouriel Roubini, vivemos a era dos 10%. A China cresce 10% ao ano e os Estados Unidos carregam uma taxa de desemprego também de 10%.
Os Estados Unidos vivem o que muitos definem como um novo “Momento Sputnik”. Apatia criativa como país. Sputnik é uma referência a um foguete russo que deu vantagem competitiva aos soviéticos, na corrida espacial na Guerra Fria. Os americanos souberam então responder. Agora parecem francamente sem resposta, em meio a sacos imensos de pipoca no sofá de casa.
O trem chinês partiu rumo à liderança. A dúvida é quando chega à estação. Foi uma imagem interessante que ouvi no Fórum Econômico de Davos. Martin Jacques, acadêmico inglês, em seu comentado livro “Quando a China Dominar o Mundo”, fala em 2050.
Por trás do fenômeno está uma cultura extraordinária inspirada em Confúcio, o grande filósofo chinês de 2500 anos atrás. Jacques dá o devido destaque ao confucionismo.
Todo mundo deveria ler os Analectos de Confúcio. Que na verdade são sentenças simples e ao mesmo tempo profundas que falam sobre como agir na vida prática. Crianças declamam Confúcio na China. É uma cena linda, chinesinhos indo para a escola e citando Confúcio.
Basicamente, Confúcio dizia que as crianças devem ser educadas, os amigos respeitados e os velhos cuidados. O Brasil faz apenas um terço disso. Respeita os amigos, de uma forma geral. Mas não educa as crianças e nem cuida dos velhos.
Os chineses fazem isso. O pacote completo.
É uma grande receita para formar um país vitorioso.
Muito, muito superior à cultura militarista e consumista dos Estados Unidos, à base de bombas, BigMacs e antidepressivos para mitigar a dor da obesidade declinante.