Cachês irregulares e choro ao vivo: saiba tudo sobre a polêmica entre Zé Neto, Anitta e Gusttavo Lima

Atualizado em 31 de maio de 2022 às 11:53
Zé Neto, Anitta e Gusttavo Lima — Foto: Divulgação

O que era para ser somente um discurso imbecil do cantor Zé Neto, dupla de Cristiano, durante um show em Sorriso (MT), desencadeou uma grande discussão sobre o uso de dinheiro público para financiar shows de cantores sertanejos.

No dia 12 de maio, o artista usou alguns minutos de sua apresentação para ironizar a “tatuagem no toba” de Anitta e dizer que os sertanejos são artistas que “não dependem da Lei Rouanet”.

“Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no toba para mostrar se a gente está bem ou mal. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente”, afirmou.

Enquanto ataca a Rouanet, Zé Neto faz shows com verbas de prefeituras, inclusive em Sorriso, por R$ 400 mil. A declaração polêmica incentivou a abertura de investigações por parte do Ministério Público acerca de contratos supostamente não licitados com valores milionários.

Nas redes sociais, iniciou-se um movimento pedindo a abertura de uma “CPI do Sertanejo”. O assunto foi um dos mais comentados dos últimos dias, e o foco passou a ser o cantor Gusttavo Lima, que teve os maiores cachês revelados até agora.

A primeira ofensiva da Justiça contra Lima aconteceu na terça-feira passada, quando o MPRR (Ministério Público do Estado de Roraima) abriu uma investigação sobre a contratação do artista na cidade de São Luiz (RR), com cachê fixado em R$ 800 mil. O município possui 8 mil habitantes, 32% em extrema pobreza.

No dia seguinte, foi divulgado um cachê ainda maior para uma apresentação em outra cidade pequena. O valor da apresentação de Gusttavo em Magé (RJ) é de R$ 1 milhão. Nesta terça-feira (31), o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar irregularidades em gastos com a festa de aniversário de 457 anos do município, marcada para o dia 8 de junho.

Já em Conceição do Mato Dentro, cidade no interior de Minas Gerais com 17 mil habitantes, o show do cantor foi cancelado após a revelação do cachê absurdo de R$ 1,2 milhão, verba destinada à saúde e à educação.

Gusttavo Lima e seus colegas faturam com muito dinheiro público em um circuito altamente suspeito de prefeituras bolsonaristas.

No último domingo (29), o DCM adiantou que o sertanejo recebeu a bagatela de R$ 320 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) num fundo que, em tese, empresta dinheiro a pequenos e médios empreendedores do Brasil.

Na noite desta segunda-feira (30), o sertanejo apareceu chorando em uma live do Instagram, na qual falou sobre seus shows com cachês astronômicos em cidades pequenas e reclamou da “perseguição” que estaria sofrendo.

“Ultimamente eu venho levando tanta pancada, gente, mas tanta pancada, e venho aguentando calado tudo isso. Eu não sei o porquê de tanto ódio, o porquê de tanta perseguição”, disse.

Durante a transmissão, Zé Neto, o pivô das polêmicas, tentou silenciar o colega sertanejo. “Cara não tem que dar satisfação, sou eu, irmão tô atravessando uma fase ruim, sou seu irmão, não precisa se explicar, joga pra mim irmão, não tem nada haver (sic) com você”, disse ele.

O cantor ainda pediu “cuidado” a Gusttavo Lima. “Não precisa explicar nada. Nego silencia, faça isso irmão. E cuidado com as palavras”, escreveu em outros comentários.