
O Ministério Público de Contas do Distrito Federal abriu uma investigação sobre a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em uma operação estimada em R$ 2 bilhões. O órgão solicitou que o BRB detalhe as informações do negócio e envie a íntegra do processo interno que autorizou a transação.
O anúncio da compra, feito na última sexta-feira (28), chamou a atenção do mercado devido ao crescimento acelerado do Master nos últimos anos e a relatos de operações consideradas fora do padrão do setor, que chegaram ao Banco Central.
O MP analisa se houve irregcaularidades na operação e poderá levar o so ao Tribunal de Contas do DF caso encontre indícios de problemas. Além disso, os procuradores avaliam um pedido de investigação feito pelo deputado distrital Fábio Felix (PSOL), que alertou para riscos de prejuízos ao patrimônio público.
O Sindicato dos Bancários do DF manifestou “profunda preocupação”, classificando a compra como “possível gestão temerária”.
O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou que a operação foi técnica, sem interferência política, e que houve análise criteriosa da carteira e dos produtos do Master.
“A Operação será precedida por uma reorganização societária do Banco Master, de modo que certos ativos e passivos não estratégicos, incluindo participações societárias em controladas, serão segregados do Banco Master”, explicou o banco em comunicado.
O negócio ainda depende de aprovação do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), além da conclusão de uma auditoria sobre os ativos e passivos do Master.

Crescimento agressivo do Banco Master
O Banco Master quintuplicou sua carteira de crédito e multiplicou por dez seu patrimônio desde 2021, impulsionado principalmente pela venda de CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com taxas extremamente altas – até 140% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), muito acima da média do mercado.
Essa estratégia de captação chamou a atenção do Banco Central, que ajustou regras para limitar práticas consideradas arriscadas. Além disso, o Master ficou conhecido por adquirir participações em empresas em dificuldades financeiras.
No ano passado, o volume de CDBs emitidos pelo Master, somado aos de suas fintechs adquiridas (Willbank e Voiter), chegou a um terço do valor disponível no FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para cobrir possíveis quebras no sistema financeiro.
Já o BRB, controlado pelo governo do DF, realizou um aumento de capital de R$ 750 milhões em 2024 para fortalecer seu balanço e ampliar sua atuação no crédito. O banco também expandiu sua presença geográfica, incluindo uma parceria com o Flamengo para criar o Nação BRB Fla, um banco digital que já contava com 3,6 milhões de contas em setembro do ano passado.
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