
A apresentadora e jornalista Flávia Oliveira, comentarista de política da GloboNews, se emocionou ao falar da vitória no segundo turno das eleições do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu podcast Angu de Grilo. Durante o programa, ela disse: “Eu faço esse desabafo porque o povo brasileiro foi muito forte”.
Nesta terça-feira (1), foi ao ar o programa de número 159 nomeado “Lula, presidente do Brasil”. Ao lado de sua filha, a jornalista e podcaster, Isabella Reis, a apresentadora comentou os números da disputa presidencial, as decisões para os governos e a derrota “maiúscula” de Bolsonaro.
“Vocês sabem o quanto de vezes eu disse que não discuto mais com o meu povo, né? Quando chegou o momento em que o Lula tinha 38, 39, 40, 41% das intenções espontâneas de voto eu disse aqui no Angu [nome do podcast] que não dá pra brigar com o povo brasileiro. É Lula, não tem terceira via, não tem outro caminho”, iniciou a jornalista, destacando a aceitação do petista.
Flávia ainda ressaltou a crescente dos votos do presidente eleito. “Quando o povo foi perguntado em quem votaria? Lula. Quatro em cada dez brasileiros, e depois isso aumentou para 42%”, disse ela.
“Isso é uma lealdade inabalável, sobretudo, dos identitários, medidos nas pesquisas, as mulheres nunca arredaram o pé, os negros nunca arredaram o pé, os pardos nunca arredaram o pé, os pobres nunca arredaram o pé, os nordestinos nunca arredaram o pé, os religiosos de matriz africana, os indígenas, os LGBTQIA+ nunca arredaram o pé”.
A jornalista enfatizou que a eleição de Lula foi uma vitória “maiúscula” de uma união das “maiorias minorizadas”.
“Esculachadas esses anos todos, muito esculachadas, cada um de nós sabe o que passamos de ataque, de risco, de luto, de empobrecimento, de fome. A gente se virou como pôde, foi muito difícil atravessar. Eu falo como mulher negra do candomblé, como mulher negra jornalista, eu falo como todos esses lugares de fala”, afirmou, se emocionando ao falar sobre as lutas enfrentadas durante o governo Bolsonaro.
“Foi muito difícil se manter de pé, continuar caminhando de mãos dadas com muita gente que sofreu muito mais, e não arredou o pé com o compromisso, com a democracia, não se corrompeu diante a eleição mais espúria em termos de abuso do poder econômico, do poder político, da violação de normas constitucionais, ninguém se vendeu e isso é muito importante”, continuou. A filha da jornalista também se comoveu e concordou com as declarações da mãe.
“Nós vimos uma mulher branca armada correr atrás de um jovem negro”, relembrou ela sobre o caso da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL) que, na véspera das eleições, perseguiu um jornalista negro por ser eleitor do Lula.
Flávia, além de falar sobre a luta e parabenizar aqueles que se mantiveram firmes durante a dureza dessas eleições, em especial, parabenizou as mulheres negras que tiveram que aprender a lidar com “racismo, extermínio, as favelas, as periferias, com as criminalizações e ataques”.
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