Assessores de Netanyahu são presos por suspeita de corrupção

Atualizado em 31 de março de 2025 às 17:42
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Ronen Zvulun/AFP

Dois assessores do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foram presos nesta segunda-feira (31) sob acusação de envolvimento em ligações suspeitas entre o premiê e autoridades do Catar.

Yonatan Urich e Eli Feldstein são investigados por contato com agentes estrangeiros, recebimento de propina, fraude, quebra de confiança e lavagem de dinheiro.

Netanyahu foi intimado a testemunhar no caso com autorização do procurador-geral Gali Baharav-Miara, de acordo com o jornal israelense Haaretz. Para o líder israelense, a investigação tem motivação política.

“Assim que me pediram para testemunhar, eu disse que estava livre e que queria testemunhar imediatamente. Entendi que se tratava de uma investigação política, mas não percebi até que ponto era política, e eles estão mantendo Yonatan Urich e Eli Feldstein como reféns”, disse o premiê em uma declaração gravada em vídeo.

“Não há nenhum caso, não há absolutamente nada, apenas uma caça às bruxas política, nada mais”, completou.

Segundo o partido Likud, de Netanyahu, a “prisão brutal de Yonatan Urich marca um novo ponto baixo na caça às bruxas política para derrubar um primeiro-ministro de direita e impedir a demissão do chefe fracassado do Shin Bet”.

Na semana passada, os assessores foram detidos para interrogatório após a publicação de gravações nas quais o empresário israelense Gil Birger admite ter transferido fundos de um lobista do Catar, Jay Footlik, para Feldstein. Segundo Birger, Feldstein estava trabalhando com o lobista há vários meses e que pediu ajuda com impostos.

Yonatan Urich e Eli Feldstein. Foto: Reprodução

“Eu o conheço há 25 anos. Não estou envolvido, não opero em Israel. Ele trabalhou com ele por vários meses. Ele o contratou, não eu. Tenho um acordo com Jay sobre muitas coisas”, afirmou Birger.

Os advogados de Feldstein confirmaram que ele recebeu dinheiro de Birger, mas alegaram que os valores eram “por serviços estratégicos e de comunicação que Feldstein forneceu ao Gabinete do Primeiro-Ministro, não ao Catar”.

O gabinete de Netanyahu negou qualquer envolvimento no caso. “Não organizamos pagamentos para ninguém. Qualquer pagamento em um escritório do governo é feito de acordo com a lei e somente por meio de funcionários autorizados”, declarou.

Uma reportagem do Haaretz, publicada em novembro, revelou que Urich e o consultor político Yaki Einhorn teriam promovido uma campanha de relações públicas para melhorar a imagem do Catar antes da Copa do Mundo de 2022. A empresa Perception, pertencente a Urich, teria se associado a outra companhia israelense para retratar o Catar como um agente de paz, apesar de à época ser o principal financiador do Hamas. Ambos negam as acusações.

Em fevereiro, o Canal 12, maior emissora israelense, noticiou que Feldstein atuava como porta-voz de Netanyahu enquanto prestava serviços de consultoria em relações públicas para uma empresa vinculada ao governo do Catar.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️ Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣 Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line