
O “tarifaço” de Donald Trump, recentemente anunciado pelo presidente estadunidense, deve retirar, em média, US$ 3.800 da renda anual das famílias americanas, o que representa mais da metade do ganho mensal típico nos EUA. A medida já tem impacto direto no bolso da população, principalmente com a alta de 2,3% nos preços de produtos afetados, como roupas, que devem subir até 17% por causa das novas alíquotas sobre importações do Vietnã, Bangladesh e Tailândia.
Estudo do Budget Lab, da Universidade Yale, aponta que o PIB dos EUA pode encolher 0,5 ponto percentual só com as tarifas anunciadas no chamado “Dia da Libertação”. Considerando todos os aumentos desde a volta de Trump ao poder, a retração pode chegar a 0,9 ponto. A longo prazo, o prejuízo acumulado ao crescimento da economia deve ultrapassar US$ 180 bilhões só neste ano.
As tarifas de abril elevaram a média de taxação dos EUA em 11,5 pontos percentuais, chegando agora a 22,5%, o maior patamar desde 1909. Um relatório do Instituto de Finanças Internacionais destacou que as taxações atingem produtos estratégicos como semicondutores, cobre e medicamentos.

O documento afirma que a intenção da nova política é modificar de forma duradoura as cadeias produtivas dos EUA, favorecendo a produção local, mesmo que isso signifique menos receita no curto prazo.
No entanto, para o ex-diretor do Banco Central José Júlio Senna, “não há nenhuma viabilidade na estratégia de Trump de reindustrializar os EUA utilizando-se de tarifas”.
Além da queda no poder de compra, os americanos também perdem dinheiro com a desvalorização de ações nas bolsas, já que muitas famílias têm suas economias investidas nelas.
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