Veja a reação de cada presidente do Mercosul ao “tarifaço” de Trump

Atualizado em 6 de abril de 2025 às 14:19
Os presidentes dos países do Mercosul: Lula (Brasil), Javier Milei (Argentina), Yamandú Orsi (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai). Foto: reprodução

Os países do Mercosul apresentaram reações distintas após o anúncio do “tarifaço” imposto por Donald Trump, no governo dos Estados Unidos, que apresentou um sobretaxa de 10% sobre produtos importados do bloco sul-americano. Enquanto Brasil e Uruguai adotaram tom cauteloso, Argentina e Paraguai comemoraram o percentual, considerado baixo em comparação com as tarifas aplicadas a outros parceiros comerciais.

Trump anunciou na quarta-feira (2) as novas medidas protecionistas, que atingem 180 países com alíquotas variadas, incluindo 20% para a União Europeia e 34% para a China. Em comunicado, a Embaixada dos Estados Unidos citou Brasil e Argentina entre os países que “sufocam” parte da economia estadunidense, afirmando que Trump não permitirá que o país seja “explorado”.

O governo brasileiro reagiu por meio de nota conjunta da Presidência e dos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, classificando as tarifas como violação dos compromissos assumidos pelos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC).

O texto afirma que o Brasil buscará defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo estadunidense, mantendo-se aberto ao diálogo, mas avaliando “todas as possibilidades de ação”, incluindo recurso à OMC.

“O Brasil não vai abrir mão da soberania e tomará todas as medidas cabíveis”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Especialistas ouvidos pela Globonews avaliaram que o país obteve um resultado “menos pior” que o esperado, defendendo que retaliações só ocorram se as negociações diplomáticas fracassarem.

Trump mostrando tabela do tarifaço por país
Trump mostrando tabela do tarifaço por país – Carlos Barria/Reuters

Do outro lado, a Argentina adotou postura mais conciliadora e, liderados por Javier Milei, subserviente aos EUA. O chanceler Gerardo Werthein se reuniu em Washington com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, em encontro descrito como “cordial e amigável”.

O governo argentino informou que já está implementando ajustes solicitados pelos estadunidenses, que devem ser concluídos nos próximos dias.

O Uruguai optou por uma abordagem intermediária. O presidente Yamandú Orsi defendeu o uso de “inteligência diplomática” nas negociações, destacando que a tarifa de 10% não colocou o Mercosul entre os mais afetados. “Temos que sentar para conversar, para negociar”, afirmou.

Já o Paraguai foi o mais otimista. O presidente Santiago Peña classificou a tarifa de 10% como a “mais baixa”, deixando o país em situação “muito melhor” que outras nações. “Em termos relativos estamos muito melhor que outros países que tiveram um aumento significativo nas tarifas”, declarou.

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