Com carreira consistente, Beyoncé Knowles se torna a princesa mais elegível.

Várias cantoras estiveram a um passo do trono e, para cada uma, houve motivos determinantes para que não pudessem usufruir dele. A maioria escorregou, de uma forma ou de outra, na própria loucura. Foi assim com a Amy Winehouse, Britney Spears, Christina Aguillera e, me parece, com a Lady Gaga. Seus problemas psicológicos (ou psiquiátricos) as levaram a fazer muito menos do que poderiam do ponto de vista de carreira – no caso de Amy, levou à morte.
Foi nesse cenário que Beyoncé se destacou. Relativamente centrada para uma artista, construiu uma carreira que aos poucos foi se tornando mais e mais relevante. É possível que seu ápice tenha sido a apresentação no Super Bowl, mais elogiada que o próprio jogo, sem o playback que causou polêmica durante sua última turnê. Mas é também possível que nem tenha chegado seu grande momento.
Beyoncé é provavelmente a artista mais completa entre as aspirantes a nova rainha. Ela canta muito, escreve legal, tem apelo nas letras, escolhe bem as músicas, dança bem, é bonita e gostosa, é centrada. Além disso, tem uma das melhores equipes executiva e artística.
É bom lembrar que nada disso faz exatamente uma boa artista. Para mim, Amy Winehouse é uma artista melhor do ponto de vista estritamente de expressão. A Alicia Keys, que nunca esteve entre as princesas elegíveis, é muitas vezes melhor que a Beyoncé. Mas isso faz uma artista de sucesso.
5 grandes momentos da Beyoncé
1. Super Bowl (show completo)
2. Speechless (ao vivo)
3. Still In Love (estúdio)
4. Halo (estúdio)
5. Get Me Bodied (estúdio)
3 artistas que poderiam ter sido
A dona de Back to Black, o disco mais vendido do século XXI, foi a única princesa que poderia ter sido rainha sem habilidade para dançar e com quase nenhuma parafernália no palco. É claro, lhe sobravam outros atributos como a voz fabulosa, as lindas composições e um estilo bem charmoso. Mas a mistura da fama com vício em alcool lhe foi letal, de forma que ela morreu em 2011, aos 27 anos, deixando apenas dois álbuns de estúdio.
Ela chegou a ser a queridinha da América, mas não soube suportar a fama e acabou entrando num longo período de instabilidade emocional. Durante esse tempo, ficou longe dos estúdios – mas não das lentes dos papparazzi. A má publicidade misturada com falta de novo material em alto nível acabaram com o timing da cantora, que acabou se encaixando num segundo time de artistas. Em tempo: é uma boa compositora, mas cantora e dançarina mediana.
A moça tinha quase tudo que uma rainha precisa: o rostinho bonito, o corpinho delícia, a garganta poderosa. Depois de gravar as músicas de Mulan, a Disney a empurrou para uma carreira meteórica. Tudo ia bem até começar a ir mal: os discos Dirrty e Justified tiveram recepção ruim e a moça ficou tristinha – passou um período com lançamentos discretos e engordou. E embora pareça equilibrada de novo, jamais voltou a ser a mesma.
3 cantoras que podem ser
Beyoncé parece ter uma carreira muito mais estável que a da loura, que não conseguiu repetir o êxito do álbum Fame – todos os singles que seguiram o disco foram ruins. Mesmo assim, Gaga é uma artista criativa que pode voltar a surpreender o mercado, desde que se preocupe menos em vender e mais em fazer a música que sempre fez.
Esta fofinha é a grande cantora da música country americana, que vive desde os anos 40 subindo e descendo entre os mais populares do mundo. Se o gênero voltar ao topo no mundo, como esteve na época de Garth Brooks, Taylor passa a ter chance de pegar uma carona ao trono. As chances de Taylor, no entanto, são baixas. Mas existem.
Katy Perry foi lançada à estratosfera com o mega hit I Kissed A Girl e teve uma boa sequência com Hot N Cold e Firework. O que pode faltar à garota é vontade (ou coragem) de entrar na disputa por este primeiro posto. Ela é boa mas não é a Amy Winehouse, então vai precisar dançar, e muito.