Novos papéis vazados pelo Wikileaks mostram ações americanas contra Chávez

Atualizado em 24 de fevereiro de 2013 às 10:58

Em emails, Venezuela é chamada de ‘piada’ e venezuelanos de ‘retardados’.
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Quando você estiver desanimado com o que lê nos jornais e revistas, e estiver a ponto de desistir do jornalismo como algo destinado a tentar mudar para o melhor o mundo, lembre-se de uma palavra: Wikileaks.

Você vai dar uma segunda chance ao jornalismo, e não sou quem haverá de recomendar a você que nesta nova tentativa insista em ler os jornais e as revistas de sempre.

Agora mesmo, novos documentos vazados pelo Wikileaks jogam luzes sobre os esforços dos Estados Unidos em desestabilizar, minar e derrubar o governo democraticamente eleito de Hugo Chávez.

Nos documentos, duas empresas de inteligência (e espionagem) aparecem discutindo maneiras de demover Chávez.

A principal delas é a americana Stratfor. Seus agentes narram, nos e-mails vazados, encontros com conhecidos oposicionistas venezuelanos, como Henrique Caprilles, o candidato derrotado por Chávez nas eleições de 2012.

A Stratfor, mostram os papéis vazados pelo Wikileaks, foi buscar consultoria na Canvas, uma empresa de direita sérvia que obteve sucesso na desestabilização de um antigo governo de seu país com estratégias como a manipulação de estudantes para promover passeatas de protesto pré-fabricadas.

É até engraçada a maneira como a Canvas se refere à Venezuela e aos venezuelanos. O país é uma “piada total”, e os venezuelanos são “retardados”. Uma mente mais cínica poderia dizer que os autores dos e-mails da Canvas estivessem pareciam estar olhando para si próprios, e não para a Venezuela e seus habitantes.

Desanimado com o jornalismo?

Pense no Wikileaks e em seu fundador, o bravo Julian Assange.

Mas sim: talvez seja a hora de desistir do noticiário envenenado que a mídia tradicional oferece a você.

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