Médica que usou cloroquina nebulizada em paciente que morreu é bolsonarista e olavista

Atualizado em 15 de abril de 2021 às 11:51

 

A médica bolsonarista Michelle Chechter. Foto: Reprodução

Michelle Chechter aplicou o tratamento de cloroquina nebulizada em pelo menos 5 pacientes que morreram de covid.

Entre eles Jucicleia de Sousa Lira, 33, que foi usada para fazer propaganda do método ineficaz.

Para surpresa de ninguém, a médica ginecologista é bolsonarista, olavista e negacionista da pandemia.

Posts de seu Twitter mostram a ideologia da médica “cidadã de bem”.

Defensora do “tratamento precoce”, ela também militava contra o isolamento social nas redes sociais.

Ela apagou seu perfil no Twitter após a revelação de que usou o método e foi demitida do hospital em Manaus.

Nas mídias sociais, ela compartilhava também as fraudes do ídolo bolsonarista Didier Raoult, um dos principais defensores do “tratamento precoce” que fraudou resultados sobre cloroquina para obter financiamento do governo.

Em um documento que pediu para a paciente Lucicleia assinar, autorizando o uso do tratamento, ela também citou Vladimir Zelenko, alvo de uma investigação de um procurador federal por ter mentido que seu estudo sobre cloroquina havia recebido o respaldo da FDA.

A médica ignorou todas as boas práticas da medicina: usou o tratamento sem aprovação ética de pesquisa (exigência legal no Brasil) e não informou sobre os riscos da medicação (exigido pelas normas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido).

Autorização assinada por Jucicleia, paciente que morreu após nebulização de cloroquina. Foto: arquivo pessoal

Segundo a Folha, ela teria justificado a um dos pacientes que a cloroquina sofre oposição política por ter apoio de Bolsonaro.