A renovação no Supremo é uma boa notícia

Atualizado em 6 de abril de 2013 às 9:32

O nome provável é Heleno Torres, professor da USP que disse coisas interessantes sobre o mensalão.

Heleno, num congresso de advogados tributaristas
Heleno, num congresso de advogados tributaristas

Dilma aprendeu com Lula como não nomear alguém para o Supremo Tribunal Federal depois do espetacular erro da escolha de Joaquim Barbosa?

Como é uma pessoa extremamente aplicada,  é provável que sim. E então o STF tende a ficar melhor caso se confirme a nomeação do advogado pernambucano Heleno Torres, professor de Direito Tributário da USP.

Substituir Ayres Britto, aposentado, não é difícil. Como Bento 16, Ayres Britto não deixa saudade.  Ele se tornou um dos símbolos das relações inadequadase inaceitáveis entre a imprensa e a justiça ao assinar o prefácio do livro de Merval Pereira sobre o mensalão.

Na ativa, subtraiu aos brasileiros o direito de resposta em casos de ataque injustificado da mídia ao enterrar desastradamente a Lei de Imprensa sem tomar cuidado para que o bebê – os direitos do cidadão ante assassinatos de reputação —  não fosse despachado junto com a água da banheira.

Só foi bom para a mídia o gesto de Ayres de Britto. Para a sociedade, foi um retrocesso.

De seu substituto se espera que mantenha distância profilática da mídia. Quem esquece os sorrisos abertos trocados entre Gilmar Mendes e Reinaldo Azevedo em pleno julgamento do mensalão como se fossem companheiros de torcida organizada?

No passado recente, Torres tocou em pontos interessantes. Por exemplo, ele defendeu que os acusados do mensalão fossem julgados primeiro  em instâncias inferiores.

Isso lhes garantiria, como qualquer réu, recursos que lhes foram negados uma vez que o caso foi direto para o STF.

Em breve saberemos  se é ele mesmo.

Mas de novo: seja quem for, só pode ser um avanço sobre Ayres de Britto.